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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Quanto custa comer nos restaurantes mais badalados de São Paulo




O prato, que acompanha batata suflê e farofa, lidera a pesquisa de preços na cidade seguido pelo kobe beef super premium do restaurante Varanda Grill, de R$ 267, e pelo Tropical kobe beef do Rubaiyat, cuja porção sai R$ 229. Na sequência, vem a lagosta ao thermidor, um clássico culinário servido por R$ 202 no restaurante A Bela Sintra. “É claro que o produto é muito bom, mas o custo para ter um restaurante nos Jardins, com garçons bem treinados e impostos em dia é muito alto. Acabamos tendo de repassar isso aos clientes”, afirma Aristides Moreira Cardoso, gerente geral da casa. Ainda assim, a clientela parece não se importar. “Vendemos de cinco a seis unidades da lagosta por dia”, garante.
Mas os valores acima não devem servir de base para afastar quem sonha em experimentar as criações de chef conceituados como Alex Atala e Helena Rizzo, apontada como a melhor chef mulher da atualidade. No restaurante D.O.M – eleito sétimo melhor do mundo –, por exemplo, o menu degustação mais em conta, intitulado “Do Reino Vegetal”, sai R$ 242, com direito a cinco pratos, queijo e sobremesa, mas não leva carne. E com muito menos – R$ 82 – é possível provar o almoço executivo da casa, que traz o clássico arroz com feijão, com salada verde, batata sautée, couve, farofa, banana à milanesa e um grelhado.

Em outros restaurantes que figuram na lista dos mais badalados da cidade os valores atingem picos menores e a variação entre os pratos pode ser mínima. Independente do uso de ingredientes importados ou sabidamente mais caros, como caviar, trufa ou foie gras. É o que acontece no restaurante Epice, onde o pé de porco com feijão fradinho, musseline de foie gras, cogumelo cepes e picles de cenoura – o mais em conta no menu – sai apenas R$ 6 a menos que o pescoço de cordeiro cozido por 20 horas a baixa temperatura, com cebola derretida, manteiga de garrafa, berinjela, carne seca e folha de capuchinha. Prato mais dispendioso, de R$ 83.No Maní, de Helena Rizzo, a conta pode sair ainda menor, já que o pratos à la carte mais caro sai R$ 79 (atum levemente grelhado com quinua, chutney de amoras, espuma de gengibre e shissô). Valor que não paga nem o prato mais simples do restaurante Fasano, onde o tortelli de vitela ao creme de parmesão e outras seis opções de massa fresca saem R$ 99. Verdadeiras raridades em um cardápio onde quase todos os pratos principais têm três dígitos, culminando no spaghettini ao creme de limão siciliano com flor de caviar Petrossian, de R$ 195.
“Prefiro deixar os preços equilibrados para que um prato não saia muito mais que o outro só por isso”, afirma o chef Alberto Landgraf, que inclui o trabalho de criação e elaboração das receitas na hora de calcular os valores. “O custo da criação é pesado. Passo muito tempo pensando nas receitas, visitando fornecedores e trabalhando finamente os ingredientes. Esse trabalho exclusivo é cada vez mais o verdadeiro luxo”, diz ele, comemorando a vitória da técnica e da alta qualidade em qualquer tipo de alimento sobre o que ele chama de falso senso de luxo. “É como diz Ferran Adrià, melhor comer sardinha fresca a lagosta congelada.”

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